Sua empresa gera muitos dados, mas seu time sabe interpretá-los?

Postado por Ludmila Araujo
em 12 de março de 2024

No mundo do agronegócio, lidar com uma montanha de informações é rotina. Desde dados sobre safras e clima, até informações sobre o mercado, a quantidade de dados disponíveis é enorme. No entanto, saber o que fazer com esses dados é um verdadeiro desafio.

Todas as pessoas diariamente lidam com grande volume de informações, tanto fora quanto dentro das empresas. Mas como as pessoas tem interpretado, analisado e utilizado essas informações? Dados só geram real impacto quando são usados de maneira inteligente e assertiva.

Imagine que você trabalha em uma cooperativa agrícola e recebe todos os dias toneladas de informações sobre previsões climáticas, tendências de mercado, informações financeiras e condições de cultivos. Mas, como usar tudo isso para tomar decisões inteligentes?

É aqui que entra a alfabetização em dados. Como fazer as perguntas corretas para as respostas em dados.

As respostas estão nos dados, mas e as perguntas estão corretas, são eficientes a ponto de trazer respostas que impactam num real resultado de assertividade para o seu negócio?

O Gartner define alfabetização em dados como a habilidade de ler, escrever e comunicar dados em contexto, incluindo o entendimento das fontes e construções de dados, métodos analíticos e técnicas aplicadas, e a capacidade de descrever a aplicação do caso de uso e o valor resultante.

Muitas vezes, as empresas investem na transformação digital e se esquecem do principal: criar uma verdadeira cultura de dados, democratizar o acesso às informações com governança.

Não se trata apenas de fornecer treinamento em áreas tradicionalmente voltadas para dados, como análise estatística e inteligência de mercado, ou ciência de dados. Cada pessoa na sua empresa, desde os vendedores até os gerentes, precisam entender e usar os dados de forma eficaz, tornando-se bons perguntandores.

Essa regra de eficiência em ter boas perguntas, com respostas em dados, não serve apenas para novos profissionais, ou em início de carreira como um RTV, até mesmo na diretoria executiva. A capacidade de compreender, interpretar e se comunicar por meio de dados é uma habilidade essencial para todos os colaboradores, é a nova proposta para uma geração de profissionais com a alfabetização em dados.

Imagine um RTV com acesso e capacidade analítica para acompanhar dados históricos de visitas, safras, padrões climáticos e práticas agrícolas, potencializando o seu atendimento, oferecendo produtos mais assertivos para o produtor rural, que otimizará seus cultivos e maximizará a produção, enquanto minimiza os impactos ambientais. Isso gera uma relação de confiança e fidelização do cliente.

Os benefícios são claros: empresas que investem na alfabetização em dados em escala experimentam melhorias significativas na tomada de decisões, produtividade e satisfação dos funcionários e clientes. Inclusive, uma pesquisa da Forrester mostra que funcionários satisfeitos com os programas de dados de suas organizações são mais propensos a permanecer na empresa e a contribuir de maneira significativa para o seu sucesso, pois ele desenvolve não apenas sua habilidade na função, mas se sento útil e com real contribuição, sem titubear, confiante que suas perguntas gerem respostas assertivas para a organização.

Trazemos aqui alguns dos benefícios obtidos com a política de alfabetização de dados dentro das empresas:

– Maior inovação;

– Melhor experiência do produtor rural;

– Melhor experiência dos colaboradores;

– Custos reduzidos e mitigação de riscos;

– Diminui as despesas, aumenta a receita e conhecimento de mercado;

– Vantagem competitiva na distribuição/cooperativa.

Além disso, a maioria das equipes reconhecem a fluência em dados como primordial.

A alfabetização em dados envolve uma mudança na cultura organizacional e impõe que as empresas capacitem seus colaboradores nessa — não tão nova — disciplina: leitura, análise e uso de dados na tomada de decisões. Isso deve fazer parte das atividades diárias das equipes e se tornar cada vez mais orgânico e natural em todos os processos.

Quando falamos sobre ser fluente em dados, falamos muito mais sobre a qualidade das perguntas que são feitas pela sua equipe do que sobre construir respostas, afinal, os dados já têm a resposta. Fazendo as perguntas certas, os dados podem te trazer insights valiosos que trarão vantagem competitiva para sua empresa frente ao mercado.

Entretando, ao implementar programas de alfabetização em dados, as empresas esbarram em alguns desafios, como: falta de recursos, orçamento limitado e a falta de uma cultura de dados e de suporte organizacional; esses fatores podem minar os esforços para o treinamento das equipes.

Para superá-los, é preciso utilizar uma abordagem estratégica, e a chave está na liderança da empresa.

Muitas vezes, antes mesmo de treinar a equipe, é necessário dar um passo atrás e garantir que a cultura de dados esteja enraizada na mentalidade dos líderes. Eles precisam garantir que todos na empresa tenham acesso ao treinamento certo e que saibam como usar os dados de maneira eficaz, e ir além, insistir nisso até formar bons profissionais.

Para que a alfabetização de dados dentro da empresa sejam efetivas, é necessário que os líderes:

– Desenvolvam capacidades analíticas em seus times;

– Façam a governança e democratizem os dados para toda a empresa;

– Posicionem profissionais de dados estrategicamente em suas equipes para suporte;

– Saiba a importância de equilibrar intuição e gestão de dados, utilizando não apenas feeling de negócio, mas usar dados que embasem suas estratégias;

– Valorize o componente humano, para que a tecnologia não seja apenas um recurso mal utilizado.

Finalmente, a alfabetização em dados é essencial para o futuro do agronegócio. Capacitar os colaboradores com habilidades sólidas em dados não apenas melhora a eficiência, a competitividade no mercado agro, mas também promove um ambiente de trabalho mais satisfatório e colaborativo.