ESG no Agronegócio: Impactos e Vantagens

Postado por Ludmila Araujo
em 24 de março de 2023

O ESG já é uma realidade global!

Segundo uma pesquisa global da EY, a “Global Repoting and Institutional Investor Survey” , a pauta de ESG direciona decisão de 99% dos investidores no Brasil. A EY é uma das maiores empresas de auditoria no mundo e entrevistou 1.040 líderes financeiros de empresas e 320  investidores.

Outro estudo recente do Gartner, CEO’s relataram que as mudanças ambientais e sociais estão agora entre as três principais prioridades dos investidores, depois do lucro e da receita.

Recentemente, o Governo brasileiro anunciou que pretende reduzir a emissão de CO2 em 1,1 bilhão de toneladas no setor agropecuário, por meio do ABC+, versão mais avançada do plano para o período de 2020 a 2030.

“Investir em ESG, além de mitigar riscos, proporciona uma proteção dos negócios ao longo do tempo e nos mercados com mais maturidade, esse benefício a longo prazo é mais percebido.” – Leonardo Dutra, sócio líder de serviços na área de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da EY para o Brasil.

E o que é o ESG? Você já conhece esse termo?

ESG é a abreviação em inglês para “Ambiental, Social e Governança”, este termo surgiu em 2005, fruto da reunião de 20 instituições financeiras, as quais foram convocadas pela ONU para criar o relatório The Global Compact: Who Cares Wins; um documento com recomendações sobre como incluir essas questões em serviços de gestão de ativos. Em resumo, o ESG é um modelo de gestão que coloca temas sociais, ambientais e sobre governança corporativa no centro das decisões estratégicas.

Segundo este relatório, incluir causas ESG no mundo do mercado financeiro é um incentivo para que as empresas funcionem de forma mais sustentável. Nos últimos anos, a importância das práticas ESG tem se destacado cada vez mais no mundo dos negócios.

A ideia é que as empresas passem a gerir os impactos causados no meio ambiente com medidas internas, aplicação de políticas e de regras normatizadas. Apesar do termo ESG não ser exatamente uma novidade, somente com a chegada da pandemia em 2020, um momento disruptivo da sociedade, onde essa prática começou a efetivamente ser implantada em muitas organizações ao redor do mundo.

Anos atrás, no mercado corporativo essa prática era muito inicial, superficial e chamada de responsabilidade social e ambiental.

Porque minha empresa precisa estar em conformidade com o ESG e quais as vantagens disso?

Medidas regulatórias tem sido criadas para que o ESG seja uma realidade dentro das empresas como um todo. A prática das políticas do ESG confere mais transparência aos processos e sinalizam ao mercado que sua empresa está pronta para atingir níveis de excelência, também transmite confiança aos seus consumidores e a sociedade em geral.

Assim, ao adotarem as práticas sugeridas pelo relatório, essas organizações são vistas como mais responsáveis e sustentáveis, o que pode gerar vantagens competitivas e aumentar a confiança dos stakeholders.

Contextualizando, quais são as definições do ESG e o que ele exige?

Environment (cuida das questões ambientais)

No ESG, os critérios que envolvem a questão ambiental giram em torno do uso de energia de uma empresa, como ela trata seus resíduos, quais os níveis de poluição gerados por ela, como ela preserva recursos naturais, qual o cuidado dela com os impactos causados pelo seu funcionamento.

Social

Esse critério trata sobre a relação entre a organização e seus colaboradores, clientes, prestadores de serviços, fornecedores, indo até aos impactos dela sobre a comunidade externa.

Governance (Governança Corporativa)

Neste item, são levantadas questões sobre transparência e precisão na tomada de decisões e também questões contábeis. Aqui falamos principalmente sobre as regras de compliance.

Investidores buscam empresas que atuam em conflitos entre membros do conselho, não participem de práticas ilegais e se mantenham afastadas da política com objetivo de obter vantagens. A ética e a transparência são sempre uma prioridade.

A empresa deve ter relatórios claros e precisos, mostrar equidade e diversidade em todo o seu quadro. Além disso, é importante fazer uma gestão de risco detalhada e criteriosa.

Se você quer saber mais sobre governança corporativa baseada em dados e como ela pode alavancar sua empresa, leia nosso artigo sobre o tema clicando aqui!

No contexto do agronegócio, como fica a pauta de ESG?

O Brasil, hoje é considerado um dos principais players no agronegócio do planeta, somos líderes em exportação e até 2030, devemos crescer 20% em produção, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

As empresas do agronegócio que saírem na frente adotando estratégias às práticas do ESG e modelos de gestão que sigam essas pautas, terão diferencial e grande competitividade no mercado, alcançando assim, um grande crescimento. E quanto mais cedo a organização se preparar para esses desafios, maiores serão as chances de sucesso, já que grande parte dos investidores demandam hoje que as empresas ofereçam transparência, com informações seguras, atualizadas e claras.

Ao adotar a agenda ESG, a empresa sinaliza para o mercado que está comprometida com práticas sustentáveis e socialmente responsáveis.

Como adotar o ESG e como a inteligência artificial e a gestão de dados podem ajudar a sua empresa?

Apesar de parecer simples, a implementação de políticas ESG pode ser bem complexa, principalmente em empresas que trabalham com grandes volumes de dados e informações a serem gerenciados.

Neste contexto, a IA entra em ação para ajudar neste processo.

Há algum tempo a inteligência artificial já vem ajudando as empresas a serem mais eficientes, competitivas e a atingir a excelência operacional. O uso de análises preditivas, advanced analytics e machine learning já é uma realidade dentro de muitas organizações, mostrando que estratégias baseadas em empirismo e histórico de mercado já não são modos confiáveis de se manter no mercado atual.

O ESG toma força no cenário mundial, fazendo com que as instituições olhem para questões internas com mais seriedade, e isso mostra que chegou o momento de aplicar tecnologias para alcançar esses objetivos, tornar processos mais ágeis e assertivos, para assim atrair investimentos.

Com uma análise de dados clara e precisa, podemos obter insights que podem ser utilizados para aprimorar processos internos, tomar decisões mais rapidamente e com mais assertividade, no ESG ela pode ajudar a identificar áreas de melhoria e avaliar o desempenho da empresa pensando nos critérios da pauta: ambientais, sociais e de governança.

De modo geral, usar soluções de inteligência artificial podem otimizar os seguintes aspectos para uma organização:

  • Tomada de decisão baseada em dados;
  • Quantificação de riscos;
  • Otimização da produção;
  • Melhor gerenciamento da cadeia de suprimentos;
  • Aumento da produtividade;
  • Melhor gestão de estoques;
  • Otimização de rotas;
  • Melhores níveis de atendimento;
  • Ampliação dos resultados financeiros, etc.

A IA pode ajudar as empresas a entenderem melhor os impactos causados pela sua operação, identificando oportunidades de redução de uso de recursos naturais e emissões de carbono, adotar práticas mais sustentáveis. Em questões sociais e de governança, o advanced analytics pode fornecer insights sobre a diversidade e inclusão da equipe, a transparência nas operações e o compromisso com a ética e integridade corporativa.

Pensando ainda na questão ambiental, podemos por exemplo, pensar em usar a IA para criar planos de ação para por exemplo: otimizar rotas de frotas de caminhões, diminuindo o uso de combustíveis, trazendo assim economia de recursos, uma melhor logística nas entregas, trazendo uma ampliação de resultados e melhora de atendimento, ao mesmo tempo atendendo a exigências da ESG, reduzindo as emissões de carbono.

Desta forma, vemos que com a inclusão dessas práticas como forma de avaliação das empresas no mercado financeiro, não basta a companhia dar lucro: ela necessita ter boas práticas sociais e ambientais, minimizando os impactos na natureza e na sociedade, assim garantindo que o negócio terá longevidade e minimizará perdas financeiras da organização.

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